terça-feira, 3 de novembro de 2009

NA VIDA

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê
quem nao ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem nãose deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixao.
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em
detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam os brilho dos olhos, sorriso dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu
trabalho,
quem nao arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos
sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da
chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige
um esforço muito maiorque o simples fato de respirar.
Somente a preserverança fará com que conquistemos um estágio pleno da
felicidade.

Pablo Neruda

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Abençoados sejam todos!


Pouco sabes, quase nada, e não sei se mostrarei o resto. Talvez não. Um mundo demasiado puro e próprio, que muitos pensam ter o privilégio de conhecer, mas não conhecem, e provavelmente não vão conhecer.

Voarão comigo os receptores de tamanho dom, e putrificarão na terra os comuns mortais, que nada sabem, e nada saberão.

Neste nosso mundo de que pouco sabemos, e são poucos os que querem saber, nada te mostro, nada vais conhecer. Que sorte a tua comum mortal, que privilégio o nosso sonhadores! Por fim, digo aos comuns que vivam com prazer, e aos abençoados (que com prazer já vivem), que nada tenham a temer.